Sorriso de Plantão fala de morte e luto em livro de tanatologia
Débora Cerqueira, Izabela Melo e Maria Rosa Silva trataram da relação dos palhaços doutores com o óbito
Por Ana Carolina Lima
Marta Medeiros disse que "vivemos através de lembranças daqueles que se lembram da gente". Foi com o sentimento de que a vivência ultrapassa a vida e reside nas lembranças dos outros que levaram Maria Rosa da Silva, coordenadora do Sorriso de Plantão, e as integrantes Débora Santana e Izabela Melo a participar do livro “Tanatologia: Desmistificando a Morte e o Morrer”, organizado pelo Professor Dr. Gerson Odilon. O capítulo “O Último Sopro de Vida: Reflexões dos Palhaços Doutores sobre a Morte e o Luto” aborda a relação dos palhaços doutores com a família em luto.
O tema não é novidade para os participantes do projeto de extensão. Todos os anos, durante as capacitações, o Sorriso de Plantão tem a preocupação de abordar a tanatologia com os ingressantes.
O vínculo afetivo criado entre palhaço doutor, paciente e família são fortes e, por vezes, ultrapassam as paredes dos hospitais. Dessa forma, o sentimento de perda para o grupo também existe - os voluntários carregam consigo um pouco dos pacientes que os marcaram.
A vivência quinzenal no ambiente hospitalar faz com que os palhaços doutores aprendam a lidar com a morte e com as pessoas que estão em luto. Por conta da relação que criam com a rotina, eles acabam se tornando figuras nas quais os familiares que acompanhavam o paciente possam buscar conforto no momento delicado que se passa.
"O capítulo é recheado de experiências reais e de estratégias utilizadas pelos palhaços doutores para enfrentar o sofrimento e ser acalento para os familiares. Costumamos dizer que o Sorriso de Plantão é um sopro de vida nos corações, mas ao longo dos 18 anos de atuação, aprendemos que o último sopro de vida também pode ser reconfortante quando temos a consciência do amor e da alegria compartilhada nos dias felizes", relata Débora Santana.
A integrante agradece o convite feito pelo professor Gerson, responsável pela organização, para a participação na obra e a oportunidade de apresentar o projeto para um novo público, mostrando sua importância social.