A criatividade como o melhor recurso
Completar cenários, dispor cores em sequência, separar alimentos por categoria: atividades simples que quando bem utilizadas podem melhorar o desenvolvimento das crianças e o desempenho dos idosos em suas rotinas diárias. Da necessidade de encontrar recursos que conseguissem trabalhar diversas habilidades com os pacientes, surgiram os Recursos Terapêuticos Criativos, criados pela terapeuta ocupacional Júlia Onório.
A terapia ocupacional tem o objetivo de restabelecer pacientes com disfunções, sejam elas físicas, cognitivas ou emocionais, além de melhorar o desempenho de pessoas, que mesmo sem alguma disfunção, possuem dificuldades em realizar atividades comuns de sua vida cotidiana.
Nas crianças, a terapia ocupacional favorece as habilidades que devem ou deveriam estar sendo realizadas na faixa etária em que ela se encontra, observando as dificuldades e desenvolvendo estratégias para lidar com elas, seja por meio de algum instrumento facilitador, ou estimulando o fortalecimento da área necessária para a habilidade em questão.
Nos idosos, além de melhorar a cognição é preciso preservá-la, garantindo para eles maior independência na rotina diária e envolvimento nas relações sociais. Para alcançar os objetivos e proporcionar uma melhor qualidade de vida para os pacientes, os profissionais terapeutas se utilizam de técnicas, orientações e recursos.
A multiplicidade dos recursos
Com os recursos terapêuticos criativos é possível trabalhar várias habilidades. O primeiro recurso compartilhado, “O que está faltando?”, consiste em dois cartões com figuras de objetos e alimentos dispostos, onde um está completamente preenchido e o outro está incompleto. Com quatro modelos diferentes, e interagindo de acordo com os interesses do paciente, é possível estimulá-lo além do objetivo principal, como a contar histórias incluindo o objeto que falta.
Assim também o “complete o cenário”, com diferentes ambientes, busca a interação social através da adição de componentes que pertencem aos lugares mostrados nos cartões, ajuda com que o paciente recorde memórias ou as crie através de contos que envolvem o local.
No “cubo mágico”, o simples ato de organizar quadrados coloridos seguindo uma sequência já estabelecida, pode trabalhar a forma de enxergar o espaço, com a orientação espacial e a coordenação motora, com a disposição das peças envolvendo os limites e a força.
Seguindo da organização sequencial para a categorização, utilizando o mesmo princípio dos cartões, neste, os alimentos são separados em categorias como: bebida, carne, fruta, tempero e verdura. Em “O que sou?” existe a possibilidade de várias intervenções construtivas, como: ‘qual o alimento preferido?’, ou ‘você sabe uma receita que tenha três desses ingredientes?’.
Áreas de atuação
Devido a amplitude que os quatro recursos alcançam, podem ser utilizados também por profissionais de outras áreas como fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, e na educação infantil. Como explicado por Júlia, dependendo da forma que serão utilizados, por meio deles consegue-se trabalhar diversas regiões como a memória, atenção, funções visuoconstrutivas, linguagem e sequenciamento.
Boas ideias que nos ajudam a enxergar além do óbvio, exercitar a criatividade e imaginação, e ainda conseguem auxiliar o trabalho e melhorar a qualidade de vida de vários pacientes, merecem ser conhecidas. Para conferir os novos Recursos Terapêuticos Criativos basta procurar pela Júlia Onório nas redes sociais @julia.terapeutaocupacional.