Nariz de palhaço: uma porta para o conhecimento

Nariz de palhaço: uma porta para o conhecimento
Por: Ana Clara Pontes

Jalecos customizados, narizes de palhaço, figuras coloridas e divertidas que quebram o padrão de quietude do hospital e levam alegria ao ambiente, essa é a imagem de um palhaço doutor. Mas “o que é ser palhaço doutor?” - essa é a primeira pergunta feita pelo pesquisador, fisioterapeuta e integrante do Projeto de Extensão Universitária Sorriso de Plantão Lucas Soares Silva, que chegou não apenas em uma única resposta, mas em quatro categorias distintas e complementares que demonstram a unidade do projeto.


Ser palhaço doutor é um ato de doação, uma ação transformadora, é ter uma vivência de acolhimento, interdisciplinaridade e modificar a realidade, é humanizar o cuidado e ter empatia. Com essas quatro categorias afirmadas pela pesquisa, pode-se garantir que a função vai além das aparências. As atuações ultrapassam os muros dos hospitais e da universidade. Além dos pacientes e profissionais envolvidos, elas alcançam a sociedade por completo, transformando a visão da comunidade sobre o atendimento em saúde.


O artigo assinado pelo pós graduando Lucas, pelo mestrando Claudio José dos Santos Júnior e pelas professoras da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) Maria Rosa da Silva e Sandra Adriana Zimpel, pode ser lido na íntegra selecionando o seu título: “Metodologia do discurso do sujeito coletivo na avaliação das contribuições de um projeto de extensão universitária” que foi publicado no 10° volume de 2020 da Revista Docência do Ensino Superior.


Com o objetivo principal de entender como as contribuições do projeto Sorriso de Plantão são sentidas na formação profissional dos graduandos da área da saúde, como mencionado no estudo, foi feita uma pesquisa qualitativa, utilizando o método do discurso do sujeito coletivo, que busca construir um pensamento coletivo sobre um fenômeno por meio de discursos individuais. Para isto, 20 integrantes que atuam como palhaços doutores no Sorriso de Plantão foram entrevistados.


Os relatos coletados demonstram o quanto a extensão universitária acrescenta na formação profissional dos estudantes, as múltiplas experiências na área que são vivenciadas em equipe e a oportunidade de colocar em prática as teorias vistas em sala de aula. Além de estimular o entendimento da importância de humanizar o tratamento hospitalar através da ludoterapia e o enriquecimento pessoal que se adquire ao se doar para levar alegria aos pacientes.


O conhecimento adquirido pelos membros permite que eles enxerguem não só mais um paciente, mas o irmão, o filho, o amigo de alguém, permitindo ver além do hospital, e essa visão transforma a atenção dedicada no atendimento e o modo de expressar o cuidado, tornando o integrante um profissional mais completo.

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