Relatos de um Palhaço: Dr. Mensão

Relatos de um Palhaço: Dr. Mensão
Dr. Mensão faz parte da equipe Daisy Brêda há 1 ano.

     Oioi gentee!!!

     Depois de um tempinho sem termos ele, o nosso quadro "Relatos de um Palhaço" volta hoje como nosso Dr. Mensão, que nos traz um relato de um de seus primeiros plantões, que por uma coincidência (ou não), veio a ser um dos mais difíceis para ele, mas também cheio de ensinamentos que ele vai levar pra sempre.

     Fique agora com mais um relato lindo de se ver!

 

 

“A Esponja”

 

     Após subir a escada da clínica Dayse Breda cantando e tocando pandeirinho muito alto, o Dr. Mensão assim que entrou na sua primeira enfermaria, deu de cara com o maior número de crianças que seu grupo já havia pegado. Eram exatamente 19 crianças para apenas 5 palhaços doutores, sem ter ideia de como começar a criar relações, alcançar o imaginário... Eis que uma lâmpada magica acendeu na cabeça do Dr. Mensão:

 

     - Vou pegar o meu Camaro Amarelo, ligar o paredão de som e colocar todo mundo para dançar!

 

     E assim foi feito! Dr. Mensão, junto com suas irmãs Anariso e Piriá, começou o primeiro baile com mães e crianças. Por incrível que pareça depois de dançar o cd da Xuxa Só Para Baixinhos as mães ainda pediam bis, só que a força dos palhaços doutores já não era a mesma do inicio, e para piorar a situação, a bateria do Camaro Amarelo descarregou, dando fim ao nosso baile.

 

     Isso não foi o problema, o nosso plantão continuou lindo e no meio do horário de visitas, Dra. Piriá chama o Dr. Mensão e pede para que ele dê um pouco de espaço naquela enfermaria, pois as mães precisam dar atenção e conversar com os esposos. Desapontado, Dr. Mensão foi para outra enfermaria e conheceu um garoto de apenas 6 anos, apaixonado loucamente pelo ritmo reggae.

 

     R. passou a contar histórias de como eram as festas em sua casa, festas essas maravilhosas que o ritmo reggae não podia faltar. Conversa vai, conversa vem, Dr. Mensão descobre que a mãe do R. tinha o mesmo nome de uma professora de expressão artística que ele havia tido. Por sua vez, Dr. Mensão passou a contar como eram as aulas e o quanto amava aquela professora. O tempo passou voando e já estava bem próximo do trem do sorriso chegar, quando a enfermeira plantonista chama a mãe de R para uma conversa reservada.

 

     Em sua volta, a senhora E., mãe de R., sentou junto com o Dr. Mensão e começou a chorar sem parar, em desespero. O Dr. Mensão pedia para ela ficar calma, mas isso não resolvia. Então, Dr. Mensão olhou para E. e disse que nesse momento ele era uma esponja e ia sugar toda tristeza que ela sentia. Tudo o que fosse de negativo a esponja absorveria. A esponja (Dr. Mensão) deu um abraço muito forte na senhora E., deu um beijo em R. e com seu trem partiu, rumo a cidade de Coité do Nóia.

 

     Dr. Mensão ainda tinha um longo caminho até chegar em casa. Sentou-se no banco sozinho e lembrou que tinha sido uma esponja e que a mesma estava cheia de tristeza. Dr. Mensão desabou e começou a sentir um clima muito pesado e começou a chorar o choro da mãe de R. Começou a sentir tudo o que a mãe sentiu, mesmo sem saber o que a enfermeira plantonista havia dito aquela mãe. Foi difícil para Dr. Mensão conter as lágrimas, mas chegando em casa elas pararam.

 

     Depois de muita reflexão, Dr. Mensão se deu conta de que sua missão do dia havia sido completada. Seu encontro com a senhora E. e seu filho R. perpetuou a alegria e trouxe benefícios emocionais à ela. Com uma sensação de felicidade e dever cumprido, ele dormiu sorrindo.

Dr. Mensão

 

Sorriso de Plantão: Um Sopro de Vida No Seu Coração heart